quarta-feira, 23 de abril de 2014

NADA DE NOVO

                                          Por Douglas Menezes.

 A gente já sabia que dois mil e catorze seria curto. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, ou numa sequência próxima uma da outra. Assim mesmo, na política, esperávamos que algo de novo acontecesse. Mas até agora, nada. Há algum tempo já os discursos fofos, as antigas promessas. Domina ainda a velha política, mesmo no campo daquele que se diz a novidade. No seu esta...do, fez um ajuntamento com todas as raposas possíveis e imagináveis, antigos adversários das chamadas forças progressistas pontuam no espaço político do Leão do Norte, e essas raposas não mudaram, a não ser pelo de continuarem a ter um peso que não mereciam ter. pelo menos em Pernambuco, o nosso presidenciável não aposentou essa gente, como ele diz que vai fazer no resto do país. E mais, com certeza, isso aqui, a terra maurícia, não é esse paraíso cantado em verso e prosa pela propaganda oficial. Para quem teve, nos últimos anos, um desenvolvimento chinês, nossas carências são ainda imensas, os indicadores sociais atestam isso.

 O outro, que pleiteia o cargo maior de Pindorama, vem do conservadorismo mineiro, seu partido já governou, e não foi muito diferente daquele que hoje governa o país. As críticas semelhantes, as denúncias parecidas, o jogo do poder pelo poder, e um país, também, sem mudanças qualitativas que viessem a beneficiar a maioria do povo. Embora tenhamos que fazer justiça à estabilidade econômica. No mais, fez, como o de agora, um governo de coalizão com o que existe de maior atrasado no país, fruto desse nosso capenga e ultrapassado presidencialismo, sempre refém de um congresso cujo membros, em sua grande parte, não tem interesse em resolver as questões cruciais da nação. Ainda hoje se fala nas broncas causadas pelas privatizações tucanas. Então, também nada de novo nessa outra parte da mesma moeda, de valores não muito distantes. Não à toa, até hoje não conseguiu, esse pássaro, empolgar o país.

 Por fim, a força favorita, mantendo o povo preso à transferência de renda que, importante, necessária em algum momento pela miséria de muitos, não poderia se eternizar como bandeira social, e sim, a serviço da promoção humana: se aumenta, o sinal é claro de que alguma coisa não vai bem nessa falada distribuição de renda. Lembro, então frei Beto: trocaram um projeto para o país, por um projeto de poder. E continuamos, ao longo desses oito anos, com uma pobreza endêmica, uma educação ruim, uma saúde pública caótica, uma violência que só faz crescer e uma infra estrutura que não condiz com os altos impostos que pagamos, sem citarmos profundamente, o descompasso da economia e uma alta de preços que angustia a população, somando-se às já corriqueiras denúncias de desvios do dinheiro público e a exorbitância dos gastos com o campeonato de futebol.

 Daí, serem as esperanças cada vez menores de que alguma coisa mude daqui pra frente, mesmo que outro alguém sente na cadeira da atual inquilina. É aquela história: tudo mudou para continuar do mesmo jeito. Na frente da batalha, no front não há novidade, pelo menos até aqui, nada de novo.
 
(Douglas Menezes)
 23 de abril de 2014.

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