Gessé diz que único acordo entre ele e Cabral era ele ser o candidato do governo

Por - MONALIZA BRITO

Não é apenas no Recife que aliados se digladiam por espaço político. O presidente da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho, Gessé Valério (PSB), está determinado a ser o candidato de seu partido a prefeitura do município e parece não temer um rompimento com o atual prefeito Lula Cabral (PTB), caso necessário. O socialista protocolou junto ao diretório municipal da legenda um pedido para que seja realizada uma prévia para definir o nome indicado para a candidatura majoritária.

A atitude de Valério quebra um acordo perante o qual a indicação do nome seria decidida pelo prefeito Lula Cabral - que não pode se reeleger - em parceria com o governador Eduardo Campos (PSB). “Quem tem que decidir o nome do PSB é o PSB e não o prefeito Lula Cabral, que é do PTB”, disparou o presidente da Câmara. O vereador reclama que Cabral tem adiado o anúncio do candidato, previsto inicialmente para o dia 14 de janeiro. “Ele não cumpriu com a palavra e tem, ao longo dos últimos dias, evitado tratar dessa conversa comigo”, afirmou Valério.

Cabral não se pronunciou diretamente sobre o caso, mas de acordo com o secretário de Governo, Luiz Pereira, não deveria existir nenhuma prévia, já que o condutor do processo é o atual prefeito. “O prefeito e o governador é que irão indicar o candidato, baseados em um acordo entre os nomes apresentados - Gessé Valério; o vice-prefeito Vado da Farmácia; o sobrinho do prefeito, Abel Neto; e a secretária de Programas Sociais, Edna Gomes - de que aquele que se apresentasse melhor posicionado nas pesquisas de intenção de voto nos meses de janeiro e fevereiro seria o candidato apoiado pelos demais”, afirmou Pereira. “Essa regra vale para Gessé e para todo o resto e não passa por nenhuma ilação. Temos um profundo respeito pelo vereador, mas ele está atropelando o processo de escolha”, censurou o secretário.

Gessé desmentiu as declarações. “Em nenhum momento houve um acordo baseado em critérios de pesquisa. Faço um confronto entre eu o prefeito se for necessário para provar que o acordo não foi construído dessa forma. O compromisso entre Lula - Cabral - e eu era de que eu seria o sucessor. Fora isso, não existe nenhuma outra verdade”, assegurou o vereador, acrescentando que pretende lançar seu nome pelo PSB com ou sem o apoio do prefeito. “O que se fala na cidade é que o prefeito pretende eleger Vado para que ele cumpra apenas o primeiro mandato e Lula Cabral possa se candidatar novamente na eleição seguinte. Comigo ele teria que esperar oito anos”, avisou.