terça-feira, 11 de outubro de 2011

Suape na rota do tráfico internacional



PF apresenta balanço de apreensão gigante de cocaína no Porto de Suape

Pastor alemão Nauê, cão farejador da PF, adoeceu após a exposição ao gesso. Imagem:
POLICIA FEDERAL/DIVULGACAO
A nova rota do tráfico internacional de drogas passa por Pernambuco e já preocupa a Polícia Federal. Após a apreensão de 530 quilos de cocaína refinada no Porto de Suape, na última sexta-feira, a Interpol foi alertada sobre navios que possam estar transportando o entorpecente para o exterior, principalmente para a África Ocidental e Europa. Apesar da iniciativa, o superintendente da PF em Pernambuco, Marlon Jefferson de Almeida, adiantou que, a princípio, não é necessário reforço nas equipes que fiscalizam as exportações no porto. Por mês, são exportados, em média, 35 mil contêineres. Segundo ele, a interceptação da última semana, a maior apreensão de cocaína já realizada no Nordeste, servirá de exemplo para os traficantes.

“Toda nova possibilidade de rota para o traficante é segura. Mas nós estamos investigando sempre, conhecemos esses caminhos e vamos continuar realizando nosso trabalho do mesmo jeito”, salientou. Até ontem, ninguém havia sido responsabilizado pela droga encontrada em meio a um carregamento de 140 toneladas de gesso distribuidas em cinco contêineres. O material chegou ao porto na sexta pela manhã e seria embarcado rumo à África na manhã do domingo. O delegado da PF Nilson Antunes Silva, responsável pela apreensão, informou que as ouvidas deverão começar hoje. “Todos os envolvidos, desde os motoristas que fizeram o transporte dos contêineres até os representantes da empresa de exportação já foram identificados e estão sendo investigados”, comentou. Para ele, o mais importante agora é a individualização das condutas.

A droga apreendida seria oriunda da Colômbia, pelo grau de pureza detectado, e teria sido embalada e disfarçada em meio ao carregamento no polo gesseiro de Araripina. “Sabemos que se trata de uma quadrilha especializada. É crime altamente organizado com custos elevados de falsificação de documentos e outras coisas. Mas ainda não sabemos se eles são pernambucanos. Acreditamos que é algo bem maior”, complementou Nilson Antunes.

Do ponto de vista fiscal, a responsabilidade pela cocaína é da empresa exportadora. “Chegamos até eles devido a uma análise de risco. Percebemos que as quantias declaradas pela empresa eram incompatíveis com a quantidade de mercadoria que estavam transportando. Informamos a PF e fomos fazer a vistoria”, detalhou o superintendente da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes.

A droga estava escondidas em sacos de gesso que continham outros 15 saquinhos menores contendo um quilo de cocaína, cada. O entorpecente foi encontrado pelo cão farejador Nauê, um pastor alemão que adoeceu após o longo tempo de exposição ao pó do gesso e está recebendo atendimento veterinário para se recuperar da alergia intensa. Ainda faltam ser inspecionados 3.470 sacos de gesso que podem conter mais entorpecentes.
 
Diário de Pernambuco

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