segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Elias Gomes fala de política no Estado e no Brasil

GILBERTO PRAZERES
TUCANO entende, no entanto, que o partido não deve reivindicar cargos
TUCANO entende, no entanto, que o partido não deve reivindicar cargos
A polêmica sobre o provável ingresso do PSDB no Governo Eduardo Campos (PSB) parece não incomodar o principal prefeito tucano do Estado, Elias Gomes (Jaboatão dos Guararapes). O gestor exalta as parcerias que tem celebrado com o socialista e defende que o seu partido contribua para a governabilidade no âmbito estadual. “Entendo que nós devamos, quanto ao Governo do Estado, ajudar a dar governabilidade necessária para ajudar nas suas ações”, afirmou. Contudo, Gomes ressalta que, para isso, o tucanato não deve cogitar espaços na gestão. “Não devamos reivindicar cargos no Governo”, assegurou. Nesta entrevista, Elias, curiosamente, também defende o apoio do PSDB à faxina empreendida pela presidente Dilma Rousseff (PT) no Ministério dos Transportes. “Eu entendo que o PSDB deve reforçar, apoiar e, inclusive, colaborar para que a presidente Dilma se liberte dessas forças atrasadas e comprometidas com a velha política”, concluiu.

Muito se fala nos bastidores que o senhor trabalha para a construção de uma candidatura úni­ca, praticamente sem opo­sição.
Jaboatão tem uma situação muito particular. Todos os políticos de Pernambuco, que observam bem a cena política, sabem que Jaboatão vem de duas décadas de descaso completo. De desacertos, de governos mal sucedidos, de escândalos. O que eu prego, o que eu preguei - inclusive em documento encaminhado às forças políticas do Estado - foi um pacto em favor de Jaboatão, uma unidade em torno da reconstrução da cidade. É nessa direção que eu tenho trabalhado. Juntar aqueles que querem avançar mais para se contrapor aos que querem retroceder. Se isso vai unificar as forças progressistas, do campo mais à esquerda ou mais ao centro, isso faz parte de um processo que só ocorreria mais à frente, no ano eleitoral. Do ponto de vista de unir esforços, eu tenho tido a solidariedade do PT, do PSB, do PDT, do PCdoB, do PV e dos partidos que me apoiaram na eleição passada. Afora outros partidos que têm representação. Essa composição é do PSDB, PSC, PCdoB, PV, PHS, PMDB, DEM, PSL, PRP, PMN, PDT e PSD. Além de conversas que estamos tendo com PSDC e PTC. A gente está fazendo uma construção que possa ser um arco de forças capazes de ter energia suficiente para enfrentar os grandes desafios de Jaboatão. Sem unidade, a cidade não vai adiante.

Há uma expectativa que o seu partido, o PSDB, seja integrado à base do governo Eduardo Campos. O senhor, que conta com parcerias com o Estado em várias obras dentro de Jaboatão, defende esse ingresso tucano?
Eu tenho uma relação histórica com o governador Eduardo Campos. Eu o apoiei quando ele concorreu a deputado federal pela primeira vez. Eu fui colega dele no Governo Arraes, quando administrei Fernando de Noronha. Fui colega dele, líder da bancada de oposição, quando ele foi deputado estadual, no mandato de 1991 a 1994. Por isso, eu me sinto à vontade para dizer que, apesar de partido, temos muito ponto de identidade. Por isso, ele tem sido um importante parceiro com Jaboatão. Quanto ao apoio do PSDB ao Governo do Estado, esta é uma questão que está sendo conduzida pelo presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra. Até porque qualquer decisão aqui, em Pernambuco, tem repercussão nacional. A “parada” é federal, e eu não vou avançar nessa decisão. Acho, entretanto, que não devamos reivindicar cargos no Governo Eduardo Campos.

E com relação à formalização de apoio?
Eu entendo que nós (tucanos) devamos, quanto ao Governo do Estado, ajudar a dar governabilidade necessária para ajudar nas suas ações. Mas tendo a autonomia necessária para apontar problemas, juntamente com a apresentação de soluções. Está vencida aquela velha oposição do não. Apenas da negação.

Isso significa deixar a bancada de oposição na Assembleia Legislativa?
Não. Acho que a postura do PSDB de buscar a autonomia é importante. Se pegarmos a atuação do PSDB no Congresso Nacional, durante o governo do ex-presidente Lula (PT), podemos diferenciar do DEM. O DEM fez uma oposição mais sistemática e o PSBD buscou mais o diálogo. E vou dar um exemplo de uma coisa que ainda não falei publicamente para ninguém. Eu defendo que o PSDB apóie as medidas que estão sendo tomadas pela presidente Dilma, em relação à moralização de ministérios e do Governo Federal. O combate à corrupção vai ter uma forte reação contrária à base do Governo Dilma. O PR é um exemplo. E virão outros. Muitos líderes partidários estão inquietos com essa questão e não se surpreenda se o Congresso não der um chega para lá na presidente, derrubando uma matéria de interesse do Governo. Nesta hora, eu entendo que o PSDB deve reforçar, apoiar e, inclusive, colaborar para que a presidente Dilma se liberte dessas forças atrasadas e comprometidas com a velha política, que não leva em conta o interesse público e a ética.

No ano passado, após a eleição, o prefeito defendeu uma nova roupagem para o PSDB. Com o resgate do legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo e com o senador Aécio Neves despontando como o grande líder do partido, esse momento dialoga com o seu pensamento?
Desde que o PSDB saiu do poder, em 2002, disputou as eleições presidenciais com José Serra, primeiramente, Geraldo Alckmin, na sequência, e Serra de novo, que eu sou crítico à postura do partido. Precisou a presidente Dilma resgatar o legado de FHC, porque o PSDB se envergonhava de um governo que fez as grandes reformas estruturais do Brasil. Vejamos: o Plano Real, de Fernando Henrique, com o patrocínio de Itamar Franco; avanços da estabilidade monetária e fim da inflação; retomada do crescimento econômico do País; a forma do Estado brasileiro. O Brasil deve muito à Lei de Responsabilidade Fiscal, que combateu a gastança criminosa e irresponsável em governos municipais e estaduais. Foi no governo FHC que se fez a privatização das empresas de telefonia. Um telefone fixo chegou a valer R$ 7 mil, tinha que ser declarado no Imposto de Renda. Os pobres não tinham acesso. Era um caos. Quebra do monopólio da Petrobras, que fez a empresa concorrer com multinacionais com eficiência.

Os críticos do PSDB sempre classificaram o partido como uma agremiação paulista, devido aos candidatos que lançou à Presidência da República. Com Aécio como líder, a legenda pode conquistar uma identidade mais nacional?
Acho que o PT também é um partido paulista. São Paulo é um Estado que tem uma grande força política, possui o maior eleitorado do Brasil. E não seria um candidato de Minas ou de outro estado que fará a diferença. A diferença tem que ser do ponto de vista de conceito, porque o desenvolvimento com equidade, que ajude no crescimento do Norte, Nordeste, do Sul. Daí eu entendo que a candidatura de Aécio Neves tem que ter um caráter nacional, que não pode rivalizar Minas com São Paulo, não se pode pretender a regionalização do projeto nacional. Com integração, tendo a compreensão que não pode tratar de forma igual os desiguais.

Ao assumir a Prefeitura, em 2009, o senhor anunciou que tinha herdado uma gestão com um rombo de mais de R$ 500 milhões. Como está a saúde financeira do Executivo, hoje?
Eu diria que Jaboatão saiu da UTI. Nós encontramos uma situação de completa inadimplência, com a conta no vermelho. Os credores estavam batendo à porta, o próprio prédio da prefeitura estava comprometido, penhorado para pagar dívidas de precatório. Nós fizemos a repactuação dessas dívidas, atualizamos e pagamos os direitos trabalhistas dos servidores municipais, renegociamos os precatórios, colocamos as folhas de pagamento em dia e, hoje, o município se encontra com suas contas regiamente em dia. Além disso, criamos o Fundo Soberano de Jaboatão. E graças a esse fundo estamos investindo R$ 100 milhões em obras nas mais diversas áreas do município. Principalmente, no que diz respeito à drenagem, macrodrenagem, pavimentação de ruas, escadarias, morros, construção de escolas, unidades de saúde. Hoje já estamos em curso com 252 novas ruas que estão em execução ou prestes para dar ordem de serviço. Temos três novas escolas, adquirimos outras cinco. Estamos construindo 19 unidades básicas de saúde. Vamos ampliar o PSF. Posso dizer que Jaboatão está conseguindo caminhar com seus pés, investindo com recursos que antes eram inexistentes.

Recentemente, a Prefeitura lançou a TV Jaboatão que pode ser acessada pela Internet. Com que caráter nasce esse novo meio de comunicação?
Tem um caráter institucional, mas com um formato interativo. Nós vamos estar lá mostrando a cidade, vendendo, no bom sentido, a cidade. Mostrando que Jaboatão não é aquela imagem do passado.

2 comentários:

  1. É VERGONHOSA A FORMA COMO ELIAS GOMES SE OFERECE PARA INTEGRAR A BASE DO GOVERNO EDUARDO. ELE PODE ATÉ TER MUDADO O VISUAL(BOTOX), MAS A PRÁTICA CONTINUA A MESMA DE ANOS ATRÁS. SÓ FALTA BOTAR UMA MINISAIA PARA EDUARDO. QUE VERGONHA!

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  2. Lula Cabral autoriza construção de pista de skate

    O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, assina hoje, às 15h30, a ordem de serviço para a construção de uma pista de skate no pátio próximo à escola municipal José Alberto de Lima (Caic), no centro do município. Com a assinatura, o prefeito atende a uma antiga solicitação da comunidade.

    Escrito por Magno Martins, às 14h10

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