Betinho Gomes* Neste 9 de julho de 2011, o município do Cabo de Santo Agostinho comemora 134 anos de emancipação política e no próximo dia 27 de julho, a cidade comemora o bicentenário de elevação à Vila do Cabo de Santo Agostinho, município tido como ponto de descoberta do Brasil, feito reconhecido por vários historiadores de renome como Capistrano de Abreu. Estes historiadores afirmam que, antes de Pedro Álvares Cabral chegar à Bahia, Vicente Pinzón teria atracado na bacia de Suape três meses antes e batizado o lugar com o nome de Cabo de Santa Maria de La Consolación, em 26 de janeiro de 1500. Vicente Yáñez Pinzón, navegador espanhol, partiu do porto de Palos de la Frontera, no Sul da Espanha, a 19 de novembro de 1499. Em janeiro de 1500 alcançou a costa brasileira, tendo avistado um cabo que denominou como Santa Maria de la Consolación. Desembarcou na que é identificada atualmente como praia do Paraíso, no Cabo de Santo Agostinho, estado de Pernambuco. O navegador prosseguiu em sua viagem e, em fevereiro, alcançou a foz do rio Amazonas, que batizou como Mar Dulce. O seu primo, o navegador espanhol Diego de Lepe, teria atingido a costa brasileira em março de 1500. As viagens de Pinzón e de Lepe, assim como a chegada de ambos ao Brasil, não constam da maior parte das obras oficiais de História do Brasil, pois, pelos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), as terras descobertas por ambos pertenciam, de fato, a Portugal. Outra figura histórica que teve sua vida ligada intimamente ao Cabo de Santo Agostinho foi Joaquim Nabuco. Em8 de dezembro de 1849, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo foi batizado no Cabo, tendo como padrinhos os senhores do Engenho Massangana, Joaquim Aurélio Pereira de Carvalho e d. Ana Rosa Falcão de Carvalho. Esta madrinha teria uma grande influência na sua formação, pois muito criança ainda ficou sob seus cuidados quando os pais viajaram para a Corte. Em Massangana, ele passou a infância, até a morte da madrinha, tendo contato direto com a escravidão, podendo compreender a sua crueldade e o mal que fazia ao país. Foi no Cabo de Santo Agostinho que Joaquim Nabuco entendeu que sua missão seria a luta pela liberdade dos negros. Aqui nasceu o grande abolicionista! As primeiras povoações, chamadas de Arraial do Cabo, surgiram na segunda metade do século 16. E mais de duzentos anos após ter sido criada, a Povoação de Santo Agostinho foi elevada à condição de Paróquia, quando foi criada a Vila do Cabo de Santo Agostinho. Passaram-se os anos desde a emancipação da antiga vila, hoje, a cidade do Cabo de Santo Agostinho se consolida como um gigantesco pólo de desenvolvimento no Estado. O Cabo de Santo Agostinho reúne, atualmente, ao mesmo tempo, o maior pólo industrial de Pernambuco e um cenário belíssimo de praias paradisíacas. Além de belas praias, a região é rica em reservas florestais da Mata Atlântica. Tem um dos maiores potenciais ecológicos de Pernambuco com rios, cachoeiras e manguezais, sem contar os interessantes sítios históricos e seculares. Muitas ruínas ainda exalam ares do Brasil pré-colonial. Existem, pelo menos, em 14 pontos de visitação histórica. A vila de Nazaré é uma parada obrigatória, lá podemos encontrar as ruínas do antigo Convento Carmelita e belas fortificações. O Cabo está localizado a 11 quilômetros do aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freire e a cinco quilômetros do Porto de Suape. Tem seus principais acessos pelas rodovias BR-101 sul e PE-60. O acesso às praias do município se faz pela PE-28, também conhecida como rodovia Vicente Pinzón. A integração com a capital do Estado começou a ser intensificada a partir das transformações vividas na economia açucareira na segunda metade do século 19, com o surgimento dos engenhos centrais e, posteriormente, das usinas. O aumento da produção foi ainda maior no início do século passado, com a industrialização provocada pelo sistema de usinas. Em paralelo, novas indústrias que compunham a cadeia produtiva se instalaram no município. Indústrias cerâmicas também surgiram para acompanhar o crescimento da cidade e, também, para explorar a argila lá existente, caracterizada como uma das melhores do mundo. O Cabo de Santo Agostinho também se integra ao contexto metropolitano com o seu grande manancial de água, com as barragens do Gurjaú e a de Pirapama. A implantação da Destilaria Central Presidente Vargas, construída pelo Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) entre 1933 e 1940 também é um marco na relação do Cabo no contexto metropolitano. O Distrito Industrial do Cabo, implantado no início dos anos 60, no mesmo sentido, se insere no ambiente de uma ação planejada em escala metropolitana. Como podemos observar, o Cabo de Santo Agostinho tem vocação natural para o desenvolvimento, e hoje, os ventos continuam a soprar nessa direção, a partir dos investimentos concentrados na Região Estratégica de Suape. O Cabo de Santo Agostinho também precisa de maiores investimentos na área social para que, no balanço com o crescimento econômico, seja garantida uma melhor qualidade de vida para a população. Partilhar riquezas é questão sine qua non para que tenhamos, de fato, a garantia de que estamos seguindo no rumo de um desenvolvimento sustentável. Agora, ao completar 134 anos de emancipação política, nossa cidade e nosso povo precisam ficar atentos para os novos desafios, trazidos por um crescimento econômico veloz e para o qual não nos preparamos suficientemente. Crescimento que traz consigo dinamismo econômico e empregos, mas também o afloramento de vários problemas sociais como violência, exploração sexual, trafico de drogas e infraestrutura insuficiente. Diante disso, temos que optar por qual caminho vamos caminhar daqui para frente, se pelo caminho do crescimento desordenado e sem planejamento ou pelo caminho do crescimento planejado e sustentável. Para alcançar um desenvolvimento que se sustente ao longo do tempo, o Cabo de Santo Agostinho tem que lançar mão de moderno mecanismo de gestão, consolidar uma visão de futuro, buscar uma ampla participação social na definição de rumos, interagir com os empresários e construir com esses alianças transparentes e saudáveis e buscar parcerias com os entes federados, que privilegiem o planejamento urbano da cidade. Temos muitos desafios pela frente, mas a história do povo do Cabo de Santo Agostinho será o avalista para um futuro promissor e justo, onde cada cidadão tem a oportunidade de uma vida melhor. PARABÉNS CABO DE SANTO AGOSTINHO! *Deputado estadual |
sábado, 9 de julho de 2011
Parabéns ao Cabo pelos seus 134 anos de emancipação
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