quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Especialista em segurança cidadã revela como acabar com a violência no Cabo


Para provar que é possível viver numa cidade pacífica, com números de violência praticamente inexistentes, o especialista em políticas públicas de prevenção à violência urbana segurança, Murilo Cavalcanti, “transportou” os mais de 80 participantes da palestra sobre “violência no Cabo: realidade e desafios” para a capital colombiana, Bogotá. Evento promovido pelo Movimento DE OLHO NO FUTURO foi realizado no salão de festas e encontros da Igreja de Cristo Rei, na Cohab.

“Bogotá, símbolo de cidade violenta no final do século passado, virou paradigma de tranqüilidade. A receita usada em na capital colombiana foi autoridade política, integração das políticas, regras claras e compromisso da sociedade para enfrentar a violência”, resumiu o consultor, que foi taxativo na apresentação de proposta para acabar com a violência no Cabo.

“Para o Cabo voltar a conviver com o cenário de paz e harmonia o primeiro e fundamental passo é escolher um bom prefeito, um gestor sério, ético, que tenha a capacidade de liderar um projeto de valorização da vida. A vida é sagrada”, afirmou o palestrante.

O Cabo de Santo Agostinho ostenta a 28ª posição de cidade mais violenta do Brasil entre as 200 localidades com mais de 10 mil habitantes, de acordo com o Mapa da Violência. A taxa de homicídios registrados entre 2008 a 2010 é de 77,7 casos para cada 100 mil, fazendo com que seja a 3ª cidade de Pernambuco com mais números de homicídios.

Cavalcanti relacionou o que considera como “requisitos básicos para uma política integrada de Segurança Cidadã e promoção da cidadania”. “É extremamente necessário reconhecer que existe um problema de violência e que o gestor da cidade tenha responsabilidade e o dever de enfrentá-la”, enfatizou o especialista, que já atuou como secretário de segurança em Petrolina, sertão pernambucano.

Murilo Cavalcanti lembrou que muitos gestores se conformam e afirmam como mantra o jargão de que segurança é coisa do Estado. Para ele, um prefeito tem que ser determinado e assumir sua parcela de responsabilidade ante à violência urbana e da desagregação social. “A violência não é um problema só da polícia”, vaticinou.

Deu como exemplo, a questão da iluminação pública. “Ruas mal iluminadas podem ser foco ou cenário de violência. E essa é uma atribuição dos governos municipais”, disse, destacando também ações de mobilidade e disciplinamento urbano.

Tal afirmativa serviu de base de explanação da voz de participantes, que interagiram com o palestrante, concordando e relacionando várias localidades do Cabo que praticamente vivem “num breu total”.

O evento organizado pelo Movimento DE OLHO NO FUTURO foi prestigiado por outros especialistas em segurança cidadã, a exemplo do ex-secretário de Segurança Púclica de Alagoas, Edmilson Miranda e da ex-secretária de Direitos Humanos de Recife, Carla Menezes.

Diversas lideranças comunitárias, políticos — a exemplo do deputado estadual Betinho Gomes e do vereador Ricardo Carneiro (Ricardinho), além de representantes de vários partidos políticos, trouxeram reflexões sobre a problemática da segurança no Cabo de Agostinho.

PALESTRAS
Desde que foi lançado, em novembro de 2011, o Movimento DE OLHO NO FUTURO tem programado uma agenda de palestras, que teve início na sua estreia com o tema “Desenvolvimento sustentável e oportunidades de crescimento no Estado e particularmente no Cabo”, coordenada pelo arquiteto e sócio-fundador da TGI Consultoria em Gestão, Francisco Carneiro da Cunha.

Em dezembro passado, na praia de Gaibu, foi a vez do engenheiro e ambientalista Rodolfo Aureliano, que refletiu sobre “A degradação ambiental no litoral cabense”.

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