quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Termelétrica pode parar na Justiça

RODRIGO LINS

Folha de PE

DEPUTADO Raul Henry protocolou dossiê e aguarda nomeação de promotor

A termelétrica anunciada pelo Governo do Estado e pela empresa Star Energy Participações, do Grupo Bertin, continua recebendo críticas. O investimento de R$ 2 bilhões recebeu novas investidas contrárias à construção em Suape: o deputado federal Raul Henry (PMDB) protocolou no Ministério Público Federal (MPF) uma representação repudiando a unidade. “Na próxima semana devo saber quem é o promotor que analisará minha proposta. Então, argumentarei diretamente com ele. Estou levantando esses fatos para o Ministério para que ele acione a Justiça”, disse.

Batizado de “cavalo de Tróia” pelo deputado, a termelétrica enfrenta questionamentos no âmbito econômico, social e ambiental. “O documento alinha argumentos para que o Ministério Público impeça que esse absurdo se concretize. Caso seja construída, essa será a maior usina movida a combustível do mundo, com capacidade de produzir 1542 megawatts (mW).

O empreendimento irá emitir oito milhões de toneladas de gás carbônico por ano, o que equivale a um terço de toda poluição do setor elétrico do Brasil. Isso pode, inclusive, acarretar em chuvas ácidas no litoral pernambucano”, contou o deputado, que afirmou que o investimento só chegou a Pernambuco devido às recusas de licença ambiental em Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. “Eles não querem esse tipo de empreendimento”, garantiu.

Além da representação, foi lançada ontem a “Frente contra a Usina Suja”, organizada pelo Movimento Ecossocialista de Pernambuco (Mes­pe). “Nossa avaliação é de que existem inúmeras desvantagens. Ela possui um custo elevado, com mais de 75% sendo pago pelo Tesouro Nacional, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Também há a questão de emissões de gases, que têm ampla reflexão na saúde das pessoas”, afirmou um dos representantes do Mespe, o professor Heitor Scalambrino Costa.

Segundo ele, o País já é superavitário na produção de energia e um acumulado reserva seria apenas “luxo”. “O grande problema, no entanto, é a concentração de vários empreendimentos emissores de gás. Não podemos esquecer das usinas da Refinaria. Com essa Frente, vamos debater quais ações tomar para irmos contra esse poluente”, disse. Representantes de organizações sociais do Cabo de Santo Agostinho farão parte do movimento. “A ideia é fazer uma pressão social para provocar um debate direto com o Governo”, completou.

Um comentário:

  1. Creio que o povo deva agradecer (mesmo que não seja nenhum favor, pois, a obrigação de um político é defender os interesses do povo e no caso da usina ele é contra) ao deputado Raul Henry por sua posição e convocá-lo como a todos os demais políticos que estejam realmente comprometidos com o bem estar dos que com seus votos lhes possibilitaram quatro anos de vacas gordas (e pouco trabalho, além da impunidade), para o ato público no dia 07/10 em frente a estação no Cabo.
    Vale para todos de vereadores, (se os prefeitos deixarem) dep. estaduais e federais, inclusive os deputados que compõem a comissão do meio ambiente da ALEPE, claro se o governador deixar, que honrem seus mandatos defendendo o interesse do povo e não dos empresários e dos pares que encherão os bolsos com algumas, como dizer? Gratificações por bons serviços prestados a Pernambuco e seu povo.
    POVO! De olho nos vereadores do Cabo, todos que forem favoráveis á Usina, estão comprovadamente contra o povo e a favor do poder financeiro. Apoiou, não volta à câmara! Como se isso fosse possível, R$30,00 antes e R$30,00 depois resolve todos os problemas, Né mermo?

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