Entre as modificações contempladas está a ampliação em quase dez vezes da área
destinada ao cluster naval. Imagem: TERESA MAIA/DP/D.A PRESS - 13/9/11
O novo plano diretor de Suape, cuja primeira proposta foi elaborada há 33 anos, foi apresentado ontem pelo governo do estado. Os estudos para a sua elaboração custaram R$ 5,3 milhões. Na revisão, houve uma ampliação da área de influência do complexo de 13,5 mil (se limitava ao terreno de propriedade de Suape) para 16,3 mil hectares. No entanto, o governo garante que a área destinada às atividades industriais e portuárias não foi aumentada. Ao contrário, a promessa é de que novas unidades de proteção ecológica serão criadas.
“O plano contém as diretrizes para a ocupação territorial do complexo nos próximos 30 anos”, diz o vice-presidente de Suape, Frederico Amâncio. “A área de propriedade de Suape hoje é maior do que muitos municípios. Tem três vezes a área de Olinda, que possui 4,3 mil hectares”, compara Amâncio. Segundo ele, a elaboração do novo plano diretor contou com a participação de 50 técnicos de diversos setores. Amâncio garante que, após essa revisão da proposta, a área destinada às indústrias e ao porto continuarão as mesmas, cerca de 7 mil hectares. “A zona indústrial cresceu porque retiramos o cluster naval da zona portuária. Mas as duas atividades juntas continuam ocupando a mesma área.”
A inclusão na zona industrial foi para ampliar a área do cluster naval em quase dez vezes, segundo Amâncio, para possibilitar a implantação dos novos estaleiros que já estão em construção, o Construcap e o Promar. De acordo com o vice-presidente de Suape, a zona de proteção ecológica vai crescer de 48% para 59%. Isso porque houve uma ampliação da área de influência. “Os manguezais de Muro Alto, um terreno da Usina Ilha, que antes era destinado à plantação de cana, e uma área entre as represas Bita e Utinga vão se tornar áreas de preservação permanente”, diz.
Cerca de 2,8 mil famílias serão retiradas do complexo. “Elas ocuparam irregularmente unidades de proteção ecológica. Estamos buscando recursos para a construção de um conjunto habitacional no Cabo”, garante Amâncio. A situação de outras 3,8 mil famílias também será regularizada, mas a áreas hoje ocupadas serão retiradas do território do complexo. “A revisão do projeto está concluída, mas muitas das mudanças já estão sendo implementadas.”
Entre as obras em curso estão a via expressa entre o Hospital Dom Helder (no Cabo) e a TDR-Norte, dentro de Suape. A partir de dezembro, deve sair a licitação para a duplicação da ferrovia, prevendo um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para transporte de passageiros da linha norte do metrô até a estação Massangana, dentro da Zona Central de Serviços. Não há previsão para a construção dessa ZCS, que deve contar com empresariais, hospitais, clínicas bancos, entre outros serviços.

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